Pró-labore ou Divisão de Lucros: qual a melhor forma de retirar dinheiro da empresa?

Se você está começando ou já possui uma micro ou pequena empresa, entender a diferença entre pró-labore e divisão de lucros é essencial para a saúde financeira do seu negócio. Muitos empreendedores confundem as finanças pessoais com as da empresa, uma prática que pode levar a problemas legais e atrapalhar sua gestão financeira.

Vamos explorar por que o pró-labore e a divisão de lucros são, ou deveriam ser, as únicas formas pelas quais pequenos empreendedores retiram dinheiro de suas empresas para sustento pessoal.

Pró-labore e divisão de lucros: O que são?

Quando falamos de diferença de pró-labore e lucro, assumimos antes de tudo que o dinheiro da empresa não é o mesmo dos sócios. Na teoria contábil, falamos sobre isso no princípio da entidade, onde o patrimônio da empresa só se concretiza aos sócios por meio do pagamento de pró-labore ou via distribuição de lucros.

Mas o que é pró-labore? Pró-labore nada mais é que o salário dos diretores da empresa. Em micro e pequenas empresas, geralmente é o salário do dono que trabalha na empresa, aquele que “toca” o negócio. Já a divisão de lucros somente deveria acontecer após o fechamento dos resultados da empresa e apurado o lucro líquido, mas para isso é preciso de fato saber quanto podemos retirar da empresa, o que sem um controle financeiro apurado se torna uma tarefa um tanto quanto complicada.

Certo, entendi a diferença, mas por que é importante saber disso?

Bom, de forma prática, existem diversos recursos de como você pode comprovar e organizar estes pagamentos, mas vale lembrar que você não deve pagar as suas despesas pessoais com a conta da empresa e achar que isso é distribuição de lucros ou pró-labore, ok?
Além de não ter uma justificativa fiscal e contábil, você causará o que chamamos de confusão patrimonial e pode ser responsabilizado pessoalmente pelas dívidas contraídas pela sua empresa, conforme o Art. 50 do Código Civil.

Ou seja, ao misturar as finanças pessoais com as finanças da empresa, você corre um grande risco de além de quebrar sua empresa, perder a posse dos seus bens, congelar contas bancárias e ter que pagar as dívidas da empresa… e você não quer isso, certo?
Sim, sabemos que essa confusão patrimonial é a realidade da maioria dos pequenos empresários e estamos aqui para te orientar a melhor forma de evitar isso tudo. Ser empreendedor é uma tarefa pra lá de desafiadora, todos sabemos, mas cerque-se de profissionais que deixam você cuidar do que você realmente entende: seu produto ou serviço.


Agora que já entendemos sua importância jurídica, como organizar isso na minha empresa?


O primeiro passo é definir seu pró-labore, ou seja, seu salário mensal como diretor da empresa, mesmo que você trabalhe sozinho (a). Quando definir, seja criterioso (a) em pagar seu próprio salário todo início de mês quando pagar seus funcionários, mesmo que o mês tenha sido ruim financeiramente. Evite alterar esse valor com muita frequência, deixe para uma revisão semestral ou anual.

Vejamos aqui três dicas para definir este pró-labore:

1º: Tenha consciência do tamanho da sua empresa. Antes de ser justo com as pessoas, se sua empresa ainda é muito pequena, pode ser que ela não tenha capacidade de pagar o que você merece pela sua profissão ou cargo. Se sua empresa for muito pequena, defina um salário ainda menor, mas nunca deixe de pagar a si mesmo, nem que seja R$500,00 por mês. Agora, se você cresceu e lida com números maiores, também é coerente aumentar seu pró-labore.

2º: Defina um salário que faça sentido com o cargo que você desempenha atualmente na empresa… Pense, se você lidera uma equipe, quanto alguém contratado ganharia na mesma posição? Se você faz o financeiro, quanto custa para terceirizar essa função? Conforme sua empresa cresce, é normal que você perceba as tarefas operacionais de forma mais clara e fique mais fácil saber quanto pagaria para delegar.

: Na medida do possível, tente viver com o seu pró-labore. Não tenha um padrão de vida acima ou muito acima do que seu pró-labore possa pagar. Se você contar sempre com a divisão de lucros, pode se surpreender com uma baixa do mercado ou com a inadimplência dos seus clientes.

E a divisão de lucros?

Bom, a divisão de lucros teoricamente acontece conforme a apuração dos resultados e distribuídos conforme o contrato social da empresa, ou seja, de 3 em 3 meses, de 6 em 6,  de 12 em 12, etc. Porém, na prática, existem recursos contábeis em que você antecipa esse lucro, mas cuide para alinhar isso com a sua gestão financeira e seu contador. Lembre que nesta divisão, você deve lembrar de reinvestir na sua empresa, nem tudo precisa ser retirado. Você também pode querer investir em um novo maquinário e é aqui que você deve considerar isso!

Tudo isso facilita a gestão financeira do seu negócio.

Imagine que você misture e use o dinheiro da empresa como se fosse seu. Neste momento terá no seu extrato bancário diversos pix; um para o Joãozinho, outro para a Mariazinha e compras no cartão de crédito que verá na fatura dias depois com a Razão Social de uma empresa que não você não faz ideia do que seja.

Não fica uma tarefa nada fácil de conciliar tudo isso, né? Com certeza terá dificuldade de gerir uma operação simples do negócio. Você não quer crescer com essa pedra no sapato. Simplificar a gestão facilita seu crescimento. Faça um pix para sua conta pessoal, chame de pró-labore e dedique-se para as vendas!

Gostou do que viu até aqui?

Pois entender e separar o pró-labore da divisão de lucros não é apenas uma boa prática financeira; é fundamental para proteger seu patrimônio e o planejar o crescimento. Na ZELO, oferecemos expertise em terceirizar seu financeiro ou orientá-lo para implementar essas práticas de forma eficaz para que você possa tomar decisões com segurança e focar no que faz de melhor.

Se deseja garantir uma gestão financeira estratégica, estamos aqui para ajudar. Entre em contato e descubra como uma parceria com a Zelo pode fazer a diferença para o seu negócio.